segunda-feira, 18 de junho de 2012

Medos, Mudanças...Amizades.

Amizade...
...nunca consegui construir uma. Já cheguei até a começar algumas, mas nunca houve continuidade...isso é horrível! Hoje eu olho o meu Facebook e vejo tantos contatos, dos mais variados lugares, é tanta gente! Mas eu não conheço nenhuma direito, não existe nenhuma pessoa em minha lista de contatos que eu saiba algo a mais do que o nome e onde a conheci, nenhuma que eu tenha compartilhado momentos memoráveis e únicos, que eu me preocupe verdadeiramente, só existem espaços vazios, pontes inacabadas e um muro enorme ao meu redor. 

Hoje eu só tenho a minha família e a amo muito, é a melhor família do mundo! Mas ela não é eterna, e isso me preocupa muito...além deles quem mais eu posso contar? Quem mais me conhece e eu conheço? Quem mais eu me importo e se importa comigo? Quem mais é importante para mim?

O tempo que mais permaneci em um só lugar e pude construir alguma coisa foi em BH, Minas Gerais, foram quase três anos, e talvez esse sejam os três anos mais significativos da minha vida! Lembro de chegar e ter conhecido todos da sala do colégio no 1º dia, foi muito legal, todos tão maravilhosos e acolhedores, mas nem sempre tudo são flores. Os problemas começaram a aparecer; desavenças e intrigas fazem parte da vida, mas eu sempre costumei sair antes que ela acontecessem, as vezes até ja haviam acontecido, mas eu ia embora logo em seguida, nunca fiquei e enfrentei isso tudo. Lembro que, quando isso tudo começou, o que eu fiz foi me afastar de todos, não sabia como enfrentar tudo aquilo, para eles poderia ser algo normal, mas pra mim era uma novidade, e no momento era a novidade mais assombrosa de todas. 

Como sempre mudei, fugi, me esquivei desses problemas...procurei um novo mundo, um outro lugar, com novas pessoas, afinal conhecer gente nova foi o que eu sempre fiz e sempre gostei. Decidi praticar esporte, procurei um time de basquetebol em BH e acabei achando um pertinho de casa. Lá conheci muitas pessoas novas, todas sempre muito legais, e estas eram até mais parecidas comigo, quer dizer, tinham os  gostos mas parecidos com os meus do que as pessoas do colégio; posso dizer que essas pessoas foram as mais próximas que tive em toda a minha vida, além da família, e foram elas que me permitiram construir pelo menos um pouco da tão chamada amizade. Mas muito rápido essa  pouca amizade acabou, e foi tudo culpa minha, pois não consegui chegar no final da ponte entre elas, parei no meio, não porque teria que me mudar novamente ou por problemas de relacionamento com elas, mas por medo, e esse é um dos maiores pesos que carrego em minhas lembranças, em minha cabeça e principalmente em minha alma.

Quando percebi o que estava acontecendo, as pontes que estava construindo com aquelas pessoas, me assustei, e ao invés de terminar as obras e ir até o final, voltei desesperadamente, por medo do que poderia acontecer; era algo muito diferente para mim, e eu não sabia que seria algo bom. A ultima experiência com situações diferente que tive foi devastadora, foram as intrigas e os problemas sociais no colégio, as quais tive que enfrentar como nunca havia feito, e por isso fiquei com medo dessa outra novidade, e me afastei de todos mais uma vez. Eu não sabia o que fazer na época, sempre fui verdadeira com todos e até pensei em contar o medo que sentia de tudo aquilo, mas não sabia se eles me entenderiam, ou se compreenderiam e  principalmente se eles se importariam. 

Hoje vejo o quanto é importante criar raízes. Eu nunca acreditei no sentimento das pessoas porque nunca havia sentido isso por alguém, pra ser sincera nunca me importei com alguém que não fosse da minha família, mas com essa pequena experiência, com esse pouco tempo que morei em BH e tive um pouco da tão chamada "amizade", percebi o que sempre perdi enquanto me mudava e conhecia pessoas novas...100 pessoas novas que talvez conheça daqui pra frente jamais irão substituir as 4 ou 5 amizades que tive em BH durante tão pouco tempo. 

Acho que o meu medo nunca foi descobrir como é uma amizade, pois seria mais uma mudança na minha vida, e eu sempre gostei de mudanças, de novidade, e sempre estive acostumada com isso...o meu medo era a reação das pessoas, porque nunca acreditei que elas pudessem se importar uma com as outras, e quando comecei a acreditar um pouquinho fiquei com medo de me decepcionar. Com isso acabei construindo um muro enorme em volta de mim, resistente à intrigas, decepções, invejas, ciúmes, críticas, preconceitos, problemas...mas também resistente ao amor. Pena que quando percebi isso tudo já era tarde, eu tive que me mudar novamente. 

O medo me fez perder muita coisa, e sabe o que é pior?! Eu ainda o tenho. Hoje eu tenho medo de construir novas pontes; mas não pelo mesmo motivo de antes e sim por saber que será algo bom e que poderei perder assim que me mudar novamente. Não posso jamais culpar ninguém por tudo isso, porque os erros foram sempre meus, mas se tem uma coisa muito boa na minha vida hoje é o fato de poder estar sempre mudando, não só com relação a minha moradia mas também interiormente. Amo ser essa "metamorfose ambulante", e acredito que sem todas essas mudanças na minha vida jamais poderia ver tudo isso...nada deveria ter acontecido diferente, todos os lugares em que passei tiveram um papel importante em minha vida.

Acho que agora tenho que aprender a conviver com as pessoas, construindo pontes mas extensas e, se preciso, curtinhas, mas nunca deixando de contruí-las. O medo vai estar sempre presente em minha vida, o problema é que ele não vai aumentar ou diminuir, vai sempre mudar, mas mudança é algo que eu já estou acostumada mesmo! :)
Eu só preciso estar preparada para enfrentar meu medos e mudanças, sempre que aparecerem. 





2 comentários:

  1. Deve ter sido realmente muito difícil conviver com todas essas mudanças.
    Agora, já adulta, você terá a chance de começar a traçar seu próprio caminho, de tomar decisões que considere as melhores. Saiba que, às vezes, serão decisões erradas, mas isso faz parte da vida de qualquer pessoa.
    A única coisa que não deve fazer é ficar se lamentando pelas decisões erradas que foram tomadas. Sempre que isso acontecer, procure agir de modo a amenizar os impactos de sua decisão, mas sem querer voltar no tempo, pois isso nunca acontecerá, não é mesmo?
    Começa agora uma nova fase, etapa da sua vida em que você irá conviver com novas pessoas em seu ambiente de trabalho. É importante estar aberta a essas novas "amizades", mesmo que você tenha várias decepções, pode ser que uma amizade apenas compense todo o esforço e sacrifício. É preciso acreditar nisso, senão a vida não vale a pena.

    Boa sorte!

    ResponderExcluir
  2. Com certeza vou estar aberta a novas amizades, afinal, como você mesmo falou, é uma nova faze. Quem sabe as coisas não começam a dar certo :)

    ResponderExcluir